Política
Bahia vai gastar R$ 21,5 milhões para formar estudantes de medicina em Cuba

Governo da Bahia investirá R$ 21,5 milhões em curso de medicina em Cuba para estudantes de baixa renda ligados a movimentos sociais
O governo da Bahia, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou que irá investir R$ 21,5 milhões para custear a formação de 60 estudantes baianos na Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), em Cuba. O valor será pago em parcelas anuais durante os seis anos e meio de curso, conforme divulgado pelo portal Bahia Notícias.
O edital da iniciativa foi publicado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) na última terça-feira (11). O foco da seleção são jovens de baixa renda, preferencialmente da zona rural e com histórico de atuação em movimentos sociais, como o MST. Cada aluno custará aos cofres públicos cerca de R$ 360 mil.
Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, a própria Elam informou que o valor para estudantes estrangeiros sem bolsa em 2025 será de US$ 57,4 mil (cerca de R$ 303 mil), já incluindo o curso pré-médico. A hospedagem com alimentação típica cubana custa US$ 6,85 por dia, o equivalente a R$ 36. Se o curso fosse autofinanciado pelos estudantes, o total gasto seria de R$ 23,2 milhões, ou seja, mais do que o valor anunciado oficialmente.
O contrato firmado com o regime de Miguel Díaz-Canel cobre matrícula, moradia, alimentação e uma bolsa mensal para os estudantes.
A seleção será conduzida pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), entidade investigada pelo TCU por possíveis irregularidades em contratos relacionados à COP30 e ao programa Pé-de-Meia.
Entre as exigências para os candidatos estão: ter concluído o ensino médio, ter no mínimo 18 anos, possuir passaporte, comprovar renda baixa e experiência em ações comunitárias. Os aprovados deverão se comprometer a atuar por pelo menos dois anos em áreas rurais da Bahia após a revalidação do diploma no Brasil.
Fundada em 1999 por Fidel Castro, a Elam surgiu para formar profissionais de saúde de países pobres da América Latina e Caribe. Desde então, mais de 30 mil alunos de 120 países passaram pela instituição.
O modelo de envio de recursos para Cuba é semelhante ao utilizado no Programa Mais Médicos, iniciado em 2013. Na época, o Brasil repassava dinheiro à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que então transferia os valores ao governo cubano. Estimativas apontam que apenas entre 25% e 40% da verba chegava aos médicos — o restante era retido pelo regime.
O modelo foi alvo de críticas de parlamentares e entidades jurídicas, que apontaram ausência de vínculo empregatício com o governo brasileiro e possíveis violações trabalhistas. O TCU e o Ministério Público Federal investigaram a intermediação financeira do programa.
O Tribunal de Contas da União chegou a aprovar o Mais Médicos em 2017, mas recomendou mudanças nos critérios de pagamento e maior transparência. Em 2018, Jair Bolsonaro criticou o modelo, defendendo o pagamento direto aos médicos cubanos e a exigência de validação de diplomas. Após suas declarações, Cuba retirou mais de 8 mil médicos do Brasil.
Com o retorno de Lula ao poder, o programa foi relançado em 2023. Recentemente, os Estados Unidos sancionaram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e outros funcionários ligados ao programa por sua colaboração com o regime cubano.
A médica Raíssa Soares, conhecida por sua atuação crítica à esquerda, condenou o projeto do governo baiano. Segundo ela, o ensino de medicina em Cuba é inferior ao brasileiro e os critérios de seleção priorizam militância política em vez de mérito acadêmico.
“Estudar medicina num lugar que tem qualidade inferior ao Brasil é um desperdício de recursos públicos”, afirmou a médica em vídeo publicado no X (antigo Twitter). Ela também ressaltou que o governo deveria priorizar melhorias no sistema de saúde local, destacando que a Bahia possui alguns dos piores indicadores do país nas áreas de saúde e educação.
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