Recuperação Gradual do Comércio Indica Sinais de Otimismo para o Final do Ano

Em setembro, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) apresentou um crescimento de 1,1 ponto em comparação a agosto, alcançando 90,2 pontos, conforme divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar dessa alta, a média móvel trimestral do indicador manteve-se estável, refletindo as oscilações que o setor vem enfrentando nos últimos meses, em meio a um cenário econômico ainda incerto.

De acordo com Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o setor comercial tem lidado com variações nas expectativas para o futuro. “O índice de expectativas tem mostrado instabilidade, enquanto o índice de situação atual, que sofreu uma forte queda em maio devido ao desastre ambiental no Rio Grande do Sul, está em processo de recuperação, retomando o patamar observado em março deste ano. No entanto, as taxas de juros, que voltaram a subir, e os altos níveis de endividamento podem limitar um crescimento mais significativo no varejo no quarto trimestre, período tradicionalmente aquecido por eventos como a Black Friday e o Natal”, analisa Veloso.

O Índice de Situação Atual (ISA-COM) registrou um avanço de 1,1 ponto em setembro, alcançando 93,0 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) cresceu 1,0 ponto, atingindo 88,0 pontos. Entre os componentes do IE-COM, destaca-se a queda de 0,4 ponto nas perspectivas de vendas para os próximos três meses, que chegou a 84,7 pontos, marcando o quinto recuo consecutivo. Por outro lado, as expectativas em relação à tendência dos negócios nos próximos seis meses subiram 2,4 pontos, totalizando 91,6 pontos.

No que diz respeito ao ISA-COM, houve um recuo de 1,9 ponto na avaliação do volume de demanda atual, que caiu para 90,8 pontos. Contudo, a percepção sobre a situação atual dos negócios apresentou um aumento significativo de 4,2 pontos, alcançando 95,4 pontos.

Em setembro, a elevação na confiança foi observada em três dos seis principais segmentos do setor comercial, destacou a FGV. No entanto, ao final do terceiro trimestre, a confiança do comércio ainda estava 2,4 pontos abaixo do nível registrado no segundo trimestre.

A pesquisa da FGV revelou que o desastre ambiental ocorrido em maio impactou a demanda momentaneamente, mas o setor varejista está dando sinais de recuperação, aproximando-se gradualmente dos níveis observados antes do evento.

A Sondagem do Comércio de setembro coletou dados entre os dias 1º e 24 do mês, oferecendo uma visão abrangente sobre as tendências e desafios enfrentados pelo setor.

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