Política
“Ataque histórico à PF”: Lindbergh vê ameaça à autonomia da corporação

Lindbergh critica mudanças no Marco Legal da Segurança Pública e acusa tentativa de enfraquecer a Polícia Federal
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reagiu com dureza ao relatório apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que trata do Marco Legal da Segurança Pública no combate ao crime organizado. Para Lindbergh, o parecer representa “o maior ataque da história à Polícia Federal”.
A principal crítica do petista é à proposta que condiciona o início de operações da PF à solicitação dos governadores. Segundo ele, essa medida fere a Constituição, que já garante à corporação autonomia para atuar contra o crime organizado.
“A Polícia Federal pode fazer operações contra organizações criminosas sem precisar de autorização do governador. Isso já está na Constituição. Querem enfraquecer a PF”, afirmou.
Lindbergh também disse que pretende levar sua insatisfação diretamente ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Para ele, a escolha de Derrite como relator foi desleal com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria perdido o protagonismo na proposta enviada ao Congresso.
“Foi deselegante. Era uma proposta do Executivo. Tiraram a autoria do presidente Lula”, declarou.
Segundo o deputado, o governo esperava que a relatoria fosse entregue a um parlamentar de centro. Ele também revelou que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, expressou a Hugo Motta o descontentamento com a nomeação de Derrite.
Diante da repercussão negativa, Lindbergh acredita que o relator será forçado a recuar quanto às mudanças que afetam diretamente a atuação da PF e à reformulação da Lei Antiterrorismo.
Relatório amplia escopo da Lei Antiterrorismo e endurece penas
Guilherme Derrite assumiu a relatoria do projeto na sexta-feira (7) e apresentou seu parecer no mesmo dia. O texto propõe a criação de um novo Marco Legal para o combate ao crime organizado.
De acordo com Derrite, a atual Lei das Organizações Criminosas está defasada e não contempla os novos métodos de atuação de facções, milícias e grupos paramilitares. Por isso, o relator defende a atualização da Lei Antiterrorismo, incorporando novas tipificações penais.
Entre as mudanças propostas estão o aumento das penas para crimes de terrorismo, que passariam de 12–30 anos para 20–40 anos de reclusão. A mesma pena seria aplicada a condutas praticadas por grupos criminosos, como:
- Uso de violência para dominar territórios;
- Restrições à circulação de pessoas;
- Impedimento da atuação das forças de segurança;
- Controle sobre atividades econômicas;
- Ataques a instituições prisionais;
- Depredações de meios de transporte.
O substitutivo apresentado por Derrite reorganiza a proposta original do governo e a divide em cinco eixos: definição de novos crimes, agravamento de penas, bloqueio de bens, combate ao uso de empresas pelo crime e fortalecimento da execução penal.
PT vê tentativa de blindagem parlamentar após derrota na CCJ
Lindbergh também mencionou a recente rejeição da chamada PEC da Blindagem no Senado, argumentando que o relatório de Derrite estaria inserido em um contexto mais amplo de tentativa de obstrução de investigações da PF contra parlamentares.
“Desde que a PEC da Blindagem foi barrada, não deixam passar nada que possa reforçar o poder da PF”, disse.
A PEC, patrocinada pela oposição, previa que o Legislativo teria que autorizar processos contra parlamentares em determinados casos. A proposta foi arquivada em setembro pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), após ser rejeitada por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).to da execução penal.
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