Política
Em decisão polêmica, Moraes suspende inquérito e cobra explicações em 48h

Moraes intervém e suspende apuração contra familiares de mortos em operação no RJ
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (10) a suspensão imediata do inquérito aberto pela 22ª Delegacia de Polícia da Penha. A investigação mirava moradores e familiares de vítimas da megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas no dia 28 de outubro.
A Polícia Civil do Rio alegava possível fraude processual. Segundo a corporação, imagens mostrariam pessoas retirando corpos da mata e os levando até vias públicas, o que poderia comprometer a cena do crime. Com base nesses registros, o inquérito foi instaurado, levantando suspeitas sobre a suposta tentativa de manipulação de provas.
No entanto, Moraes interrompeu a apuração e ordenou que o delegado responsável, Leandro Gontijo, apresente em até 48 horas as razões formais para a abertura do procedimento. O ministro também exigiu a exposição clara das provas que sustentariam a acusação contra os familiares das vítimas.
A decisão se insere no contexto de questionamentos mais amplos feitos pelo magistrado à condução da megaoperação. Moraes já havia requisitado ao governo do Rio de Janeiro, ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça do Estado e à Defensoria Pública documentos e informações detalhadas sobre a ação. Entre os materiais solicitados estão:
- Imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos;
- Laudos necroscópicos e registros fotográficos das vítimas;
- Relatórios de inteligência que embasaram a operação;
- Dados completos sobre prisões e óbitos registrados.
De acordo com Moraes, há divergências relevantes entre os dados apresentados pelo governo estadual e pelo Ministério Público, principalmente em relação ao número de presos e às circunstâncias das mortes.
Logo após a operação, no dia 29 de outubro, moradores da região retiraram mais de 70 corpos de áreas de mata e os levaram até a Praça São Lucas, localizada na Estrada José Rucas, uma das principais vias de acesso à comunidade.
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