Oposição Protocola Pedido De CPMI Para Investigar Desvios Bilionários No INSS

Oposição protocola CPMI para investigar esquema bilionário no INSS

A oposição protocolou nesta segunda-feira (12) um pedido formal de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar desvios bilionários em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A iniciativa é liderada pelas senadoras Damares Alves (Republicanos-DF) e Coronel Fernanda (PL-MT), com o apoio de 36 senadores e 233 deputados federais.

O pedido de CPMI busca investigar fraudes reveladas pela Polícia Federal em contratos com entidades que aplicavam descontos associativos irregulares diretamente nos benefícios dos aposentados. Segundo a PF, o esquema causou um prejuízo superior a R$ 6,3 bilhões, com intensificação dos desvios a partir de 2023.

A movimentação parlamentar ocorre após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal, que cumpriu mandados judiciais em 34 cidades de 13 estados e no Distrito Federal. A operação resultou na saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na exoneração do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Agora, o requerimento de instalação da CPMI aguarda leitura no Congresso Nacional pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Casa. A proposta foi apresentada após a Câmara dos Deputados engavetar uma solicitação anterior de CPI sobre o mesmo tema.

Enquanto partidos governistas como PT, PDT, PSOL, PV e Rede se recusaram a assinar o pedido, legendas como PL, Novo, Progressistas, Republicanos, Cidadania, PSDB, União, PSD, PSB, Avante, MDB, Podemos e Solidariedade aderiram à proposta — incluindo siglas que ocupam ministérios no atual governo.

O Palácio do Planalto, por sua vez, tenta barrar a CPMI e insiste que as investigações permaneçam exclusivamente com a Polícia Federal, alegando risco de politização do caso. No entanto, o avanço da oposição amplia a pressão sobre o governo Lula, que enfrenta mais uma crise na área previdenciária.

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