Política
Advogado é silenciado por Moraes ao expor divergência em delação de Cid

Ministro do STF impede perguntas sobre contradições na delação de Mauro Cid
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impediu o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, de fazer perguntas ao tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Chiquini questionava Cid sobre a presença do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, em uma reunião ocorrida em 7 de dezembro de 2022. A reunião é apontada como central na alegada trama. No depoimento, Cid negou a participação do militar:
— Eu creio que, nessa reunião, ele não estava — afirmou.
O advogado então buscou esclarecer a possível contradição com a delação anterior de Cid, que indicaria o oposto. Foi neste momento que Moraes interveio de forma incisiva:
— Doutor, nós temos o depoimento judicial dele dizendo que o comandante Baptista Júnior não estava na primeira reunião. Ele só foi na segunda — disse Moraes, acrescentando que os autos do processo deveriam ser lidos com mais atenção.
Mesmo com a justificativa de que as delações são feitas oralmente e carecem de detalhamento técnico escrito, Chiquini insistiu na pergunta. Citou diretamente o volume 1, folhas 29 e 30, em que, segundo ele, há afirmação de que Baptista esteve presente.
Moraes reforça censura e impede resposta de Cid
Diante da insistência do advogado, Moraes voltou a impedir a continuidade do questionamento.
— Não, doutor, ele está reafirmando que não estava presente, ponto. Vamos em frente — declarou o ministro, encerrando a linha de questionamento.
Na sequência, Chiquini tentou formular novamente a pergunta:
— Cid, o senhor, na sua delação homologada, disse que Baptista estava. Depois, nos depoimentos judiciais, disse que não estava. Há mais alguma discrepância além dessa? — indagou.
Antes que Cid pudesse responder, Moraes interrompeu pela segunda vez:
— Coronel Cid,
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