Barroso confessa que acionou autoridades estrangeiras e terá que se explicar

Barroso admite contatos com autoridades dos EUA nas eleições de 2022

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), está na mira do Senado após admitir ter acionado autoridades norte-americanas durante o processo eleitoral de 2022. A revelação foi feita em um evento da Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em Nova York.

A declaração chamou atenção do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que cobrou explicações imediatas. Segundo Girão, Barroso afirmou ter mantido encontros com representantes do governo dos Estados Unidos, incluindo integrantes do Departamento de Estado e um encarregado de negócios da embaixada. O objetivo, segundo o ministro, era obter declarações públicas de apoio à democracia brasileira.

“Trata-se de um fato grave. Barroso, então presidente do TSE, se reuniu pelo menos três vezes com autoridades de outro país para influenciar um processo eleitoral interno”, alertou o senador.

Suspeita de interferência externa

Girão afirmou que as falas de Barroso levantam sérias dúvidas sobre a imparcialidade da Justiça Eleitoral. Para ele, as reuniões demonstram uma possível articulação externa que pode ter afetado a soberania do processo eleitoral brasileiro.

O parlamentar também destacou uma fala anterior de Barroso, feita durante um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), logo após as eleições presidenciais de 2022. Na ocasião, o ministro declarou: “Nós derrotamos o Bolsonarismo.”

“É preciso ligar os pontos. O ministro admite envolvimento com autoridades estrangeiras e, em outro momento, declara ter derrotado um grupo político específico. Isso configura crime de responsabilidade?”, questionou Girão.

Convocação em andamento

O senador informou que já está protocolando um pedido oficial para que Barroso seja convocado ao Senado. A intenção é ouvi-lo sobre as declarações feitas nos Estados Unidos e também sobre suas manifestações públicas no Brasil.

“Vamos solicitar a oitiva do ministro Barroso e de outras pessoas envolvidas nessas articulações. A sociedade precisa de transparência e respostas sobre esse episódio”, concluiu Girão.

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