Bolsonaro evita comentar prisão de Zambelli e reage com recado enigmático

Zambelli é presa na Itália e Bolsonaro reage com silêncio e crítica à censura

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por não se manifestar diretamente sobre a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), ocorrida na terça-feira (29), em Roma. Durante um compromisso no diretório do PL, em Brasília, Bolsonaro foi questionado por repórteres e respondeu com uma indagação:
“Tem censura no Brasil ou não?”

A resposta lacônica foi interpretada como uma crítica velada ao atual cenário político e às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), sem entrar no mérito da prisão de sua aliada.

Carla Zambelli foi localizada em um apartamento na capital italiana, onde vivia desde o início de junho. A parlamentar deixou o Brasil no fim de maio, após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes de chegar à Itália, país onde possui cidadania, ela passou pelos Estados Unidos.

Segundo a Polícia Federal, a prisão foi executada com apoio da Interpol e das autoridades italianas. A defesa de Zambelli, no entanto, afirmou que a entrega foi voluntária.

Enquanto isso, Bolsonaro segue sob medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes desde a operação da PF em 18 de julho. O ex-presidente está proibido de usar redes sociais, deve respeitar recolhimento domiciliar noturno, não pode sair aos fins de semana e está impedido de manter contato com outros investigados — incluindo seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O uso de tornozeleira eletrônica, imposto como parte das restrições, foi exibido pelo próprio Bolsonaro à imprensa na semana anterior, classificando o equipamento como “símbolo da máxima humilhação”. A atitude levou Moraes a exigir explicações e reiterar que qualquer nova infração pode resultar em prisão preventiva.

A defesa do ex-presidente afirma que ele cumpre rigorosamente todas as determinações e não controla postagens de terceiros. Mesmo assim, Moraes alertou em 24 de julho que qualquer descumprimento, direto ou indireto, poderá justificar uma nova ordem de prisão.

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