Governo Lula recua após fracasso com os EUA e já cogita rever regulação das redes

Pressão dos EUA e isolamento diplomático forçam governo a mudar postura sobre regulação digital

Diante da iminente aplicação de uma sobretaxa de 50% pelos Estados Unidos, o governo Lula adotou um tom mais flexível em relação às big techs e iniciou negociações envolvendo a regulação das redes sociais e possíveis incentivos fiscais. A medida, segundo apuração do jornalista Guilherme Balza, é vista como uma tentativa de amenizar os impactos econômicos do tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump, previsto para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º).

Na segunda-feira (29), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reuniu-se com representantes de empresas como Meta, Google, Amazon, Apple, Visa, Mastercard e Expedia. Este foi o segundo encontro com executivos das gigantes da tecnologia desde que as tarifas foram divulgadas. Dessa vez, as companhias apresentaram uma lista formal de exigências, que será discutida em uma mesa de trabalho específica com o governo brasileiro.

Até então, o Palácio do Planalto tratava a regulação das plataformas digitais como uma questão de soberania nacional. No entanto, com o agravamento da tensão comercial e o risco de isolamento internacional, o governo passou a demonstrar disposição para rever pontos sensíveis da proposta. Essa mudança de posicionamento é interpretada como um esforço para sinalizar abertura ao diálogo em temas de interesse direto das big techs — especialmente aquelas com influência sobre a Casa Branca.

A reavaliação da regulação das redes sociais ocorre justamente em um momento em que o governo Lula enfrenta críticas internas e externas sobre tentativas de controle do ambiente digital. Agora, diante da pressão internacional e da ameaça de perdas econômicas significativas, o Executivo parece disposto a recuar e reavaliar sua estratégia.

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