Alexandre de Moraes ordena a prisão de Marcelo Câmara
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e réu na chamada “trama golpista”.
De acordo com Moraes, Câmara teria descumprido uma medida cautelar que o proibia de utilizar redes sociais, mesmo por meio de seus advogados. A decisão foi baseada em informações prestadas ao STF pelo advogado Eduardo Kuntz, que relatou ter sido procurado por Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — através do Instagram.
Segundo o ministro, as conversas ocorreram tanto nas redes sociais como pessoalmente, na Sociedade Hípica de Brasília, no período em que Marcelo Câmara estava preso preventivamente.
“As condutas indicam que o réu e seu advogado tentaram acessar dados sigilosos do acordo de colaboração premiada”, afirmou Moraes na decisão.
O ministro classificou a conduta como “gravíssima” e acusou o advogado de ultrapassar os limites das obrigações legais da advocacia, além de possível tentativa de obstrução das investigações.
Além da prisão, Moraes ordenou a abertura de um inquérito para apurar a conduta de Marcelo Câmara e de seu advogado. A Polícia Federal já cumpriu o mandado de prisão.
Tentativa de Anular Delação de Mauro Cid
A prisão ocorre após o advogado de Câmara apresentar um pedido ao STF para anular a delação de Mauro Cid, alegando que os depoimentos teriam sido obtidos sob pressão.
De acordo com Kuntz, o contato com Cid aconteceu no dia 29 de janeiro de 2023, por meio do perfil @gabrielar702, no Instagram. O advogado relatou que inicialmente pensou se tratar de uma proposta de prestação de serviços. Para confirmar a identidade, solicitou uma foto, que foi prontamente enviada.
Durante as conversas, Mauro Cid afirmou que sofreu pressão da Polícia Federal para incluir a palavra “golpe” em seus depoimentos. Ele relatou que os investigadores insistiam para que utilizasse termos que configurassem uma narrativa golpista.
“Queriam colocar palavras na minha boca. Foram três dias seguidos. Toda hora tentavam me conduzir a dizer ‘golpe’. Mas eu deixei claro: o PR (Bolsonaro) não iria dar golpe nenhum”, relatou Cid, segundo o advogado.
Com base nessas alegações, a defesa sustenta que a delação de Mauro Cid não foi espontânea e, portanto, deveria ser anulada pelo próprio Moraes.
Perfil no Instagram Levanta Suspeitas
Em interrogatório recente, a defesa de Jair Bolsonaro questionou Mauro Cid sobre os perfis @gabrielar702 e “Gabriela R”, ambos semelhantes ao nome de sua esposa, Gabriela Cid. Cid negou saber se os perfis eram dela e afirmou que não utilizou redes sociais para se comunicar com outros investigados.
A defesa do ex-presidente também levantou suspeitas de que Mauro Cid teria utilizado esse perfil para vazar informações sigilosas dos depoimentos prestados no acordo de delação.
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