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Política

Explode escândalo no INSS: amiga de ex-ministro recebia “caixinha” de sindicato ligado ao irmão de Lula

Escândalo: Sindicato ligado a irmão de Lula bancava amiga de ex-ministro, diz Metrópoles

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Sindicato do irmão de Lula é investigado por pagar comissões a amiga de ex-ministro da Previdência

A Polícia Federal investiga um esquema milionário de comissões pagas pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), vinculado à Força Sindical, a pessoas próximas à cúpula do governo Lula. O foco está nos repasses da entidade a familiares de dirigentes e à advogada Tonia Andrea Inocentini Galleti, amiga do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT).


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Segundo documentos obtidos pelo portal Metrópoles, as comissões somaram pelo menos R$ 4,1 milhões entre 2020 e 2023. A investigação, batizada de “Farra do INSS”, revelou que o sindicato descontava valores dos benefícios de aposentados do INSS, repassando parte dessas quantias à empresa Gestora Eficiente LTDA, ligada à esposa do presidente do sindicato, Milton “Cavalo” Baptista de Souza, e ao marido de Tonia Galleti.

Tonia, que chegou a integrar o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) e participou da transição do governo Lula em 2022, é filha do ex-presidente do Sindnapi, João Batista Inocentini. A Gestora Eficiente, sediada em São Paulo, era responsável por processar cadastros de novos filiados e encaminhá-los à Dataprev. O pagamento era por produtividade: quanto mais filiados, maiores os ganhos da empresa e dos envolvidos.


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Comissões e crescimento milionário

Em 2020, a empresa recebeu R$ 340 mil em comissões. Em 2022, o valor ultrapassou R$ 1 milhão. No mesmo período, a arrecadação do Sindnapi com descontos de aposentadorias saltou de R$ 23 milhões (2020) para R$ 154,7 milhões (2024) — um crescimento de quase 564%, conforme o Portal da Transparência.

O aumento no número de associados se deu, majoritariamente, por meio de uma parceria com o banco Bmg e suas lojas Help!. Enquanto apenas 747 aposentados se associaram diretamente ao sindicato em 2022, mais de 106 mil filiações ocorreram por intermédio do banco. Muitos beneficiários alegam que sequer foram informados da adesão ao Sindnapi, sendo surpreendidos com descontos mensais indevidos após solicitarem empréstimos consignados.


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Fortuna em meio ao escândalo

Durante a ascensão financeira da Gestora Eficiente, Milton Cavalo ergueu uma mansão de 360m² com piscina em Ibiúna (SP), registrada em nome de terceiros. Já sua esposa, Daugliesi Giacomasi, abriu uma offshore em Miami chamada “Dau & Be Investments LLC”, cuja finalidade, segundo ela, é atuar no mercado americano. Em 2023, a empresa de Daugliesi foi contratada para decorar o hotel do Sindnapi em Praia Grande, sem valor revelado.


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Omissão da AGU e alertas ignorados

Apesar das evidências, a Advocacia-Geral da União (AGU) não ajuizou ações contra o Sindnapi. Questionada, a AGU limitou-se a afirmar que “nada impede novas ações no futuro”.

Tonia Galleti afirmou que alertou Carlos Lupi sobre os problemas nos descontos, em reunião do CNPS, em junho de 2023. Contudo, o tema foi ignorado na ocasião. Entre março de 2023 e março de 2024, Tonia viajou 26 vezes a Brasília, com custos de R$ 88,8 mil pagos pelo Ministério da Previdência.

Manifestação das partes envolvidas

O Sindnapi nega irregularidades e afirma que a Gestora Eficiente foi contratada para intermediar parcerias com a corretora CMG e o Projeto Viver Melhor, que oferecia benefícios a aposentados. Após a Operação Sem Desconto, todas as atividades foram suspensas.

O banco Bmg classificou a Gestora Eficiente como correspondente bancário e garantiu manter controles sobre suas ações. A Generali, por sua vez, confirmou o contrato com a empresa para atendimento a segurados associados ao sindicato.

Mesmo diante dos indícios, o caso segue sem responsabilização concreta. A escalada no patrimônio de dirigentes e os vínculos com aliados do governo colocam em xeque a integridade da gestão sindical e o uso de recursos de aposentados.

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