Lula exige que galeria de ex-presidentes mencione ‘mentiras’ de Bolsonaro e ‘golpe’ contra Dilma

Lula exige mudanças na galeria de ex-presidentes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizou mais um episódio controverso durante uma visita à recém-reinaugurada galeria de ex-presidentes do Palácio do Planalto. Acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva, e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, Lula não economizou críticas à falta de informações que, segundo ele, deveriam contextualizar os mandatos presidenciais de forma alinhada à sua visão política.

Com uma abordagem didática e um tanto irônica, Lula ressaltou a importância de contar a “verdadeira” história, com um claro direcionamento político. Ele exigiu que a galeria inclua informações que denunciem o que chamou de “mentiras” atribuídas a Jair Bolsonaro e o “golpe” que teria destituído Dilma Rousseff. “O que eu quero é que conte a História”, afirmou, apontando para as fotos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, enquanto desfiava sua narrativa.

O discurso continuou com Lula pedindo que o contexto dos mandatos fosse apresentado de maneira mais explícita. “A Dilma foi eleita, foi reeleita, depois sofreu impeachment, que foi um golpe. Esse aqui (apontando para Temer) tomou posse em função disso. Depois esse aqui (apontando para Bolsonaro) foi eleito em função das mentiras. É isso que tem que contar”, declarou o presidente, sem esconder a intenção de reforçar o que considera ser a visão “correta” dos fatos históricos.

A crítica de Lula não se limitou a seus adversários políticos. Ele também reclamou sobre a ausência de detalhes históricos nas descrições da galeria, destacando a importância de explicar o contexto de cada mandato para os visitantes. “Se você não explica, ninguém entende. Você tem que explicar”, afirmou ao chefe de gabinete adjunto da Presidência, Valdomiro Luis de Sousa.

Entre as “aulas” de história, Lula também fez questão de citar Getúlio Vargas, Itamar Franco e Fernando Collor, enfatizando que as descrições deveriam incluir episódios marcantes, como o suicídio de Vargas e o impeachment de Collor. Aparentemente, Lula acredita que até as figuras históricas precisam ser revisadas sob sua ótica.

O episódio revela uma tentativa clara de transformar a galeria de ex-presidentes em algo mais do que um espaço de exposição neutra. Para Lula, as imagens e textos expostos deveriam refletir uma narrativa política alinhada com sua visão, o que levanta questionamentos sobre a imparcialidade na construção da história oficial.

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