Barroso afirma que Brasil está pronto para mudar o sistema eleitoral

Barroso volta a defender o voto distrital misto e critica modelo atual adotado nas eleições para a Câmara dos Deputados

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou neste sábado (7) que o Brasil está “mais do que maduro” para adotar o sistema de voto distrital misto. A declaração foi feita durante participação no fórum da Esfera, realizado no Guarujá, litoral de São Paulo.

Barroso defendeu que a mudança poderia ocorrer já após as próximas eleições, destacando que o novo modelo permite ao eleitor identificar claramente qual parlamentar representa seu distrito, além de reduzir a fragmentação partidária.

O ministro disse que defende a adoção do voto distrital misto desde 2006. Segundo ele, se a proposta tivesse sido implementada anos atrás, o país poderia ter evitado crises políticas como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Antes de Barroso, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, também havia manifestado apoio à mudança durante o mesmo evento. Kassab, segundo Barroso, discutiu o tema com ele em 2020, quando o ministro assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na época, Kassab recomendou aguardar os efeitos da cláusula de barreira e do fim das coligações proporcionais.

Barroso, no entanto, afirmou que o cenário atual exige uma reforma:

“Temos um dos piores sistemas eleitorais do mundo na eleição para a Câmara dos Deputados.”

Ele classificou o atual modelo — o voto proporcional em lista aberta — como caro, pouco representativo e ineficaz para a governabilidade. Para o presidente do STF, esse formato dificulta a transparência entre eleitor e eleito.

Segundo Barroso, menos de 5% dos deputados federais são eleitos com votos diretos.

“O eleitor vota em quem quer, mas não sabe quem elege. O parlamentar não sabe por quem foi eleito, e o eleitor não sabe quem colocou lá. Um não tem de quem cobrar, o outro não tem a quem prestar contas.”

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