Defesa diz que Bolsonaro não ficará em silêncio em depoimento ao STF sobre ‘tentativa de golpe’

Bolsonaro decide falar no STF e promete esclarecer acusações sobre tentativa de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu que não permanecerá em silêncio ao prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. A confirmação veio do advogado Celso Vilardi, membro da equipe de defesa do ex-presidente.

Em entrevista à CNN Brasil, Vilardi afirmou que Bolsonaro vai se manifestar no interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Embora o direito ao silêncio esteja assegurado pela Constituição, a defesa optou por adotar uma postura ativa.

“Ele irá falar. A Constituição garante o direito ao silêncio, mas a decisão é de prestar esclarecimentos”, afirmou Vilardi.

Durante um evento do PL Mulher na última sexta-feira (6), Bolsonaro já havia sinalizado sua intenção de se pronunciar no Supremo. Em tom firme, descartou qualquer confronto direto com os ministros.

“Não vou lá para lacrar, para querer crescer, desafiar quem quer que seja. Estarei lá com a verdade do nosso lado”, declarou.

O ex-presidente deve ser ouvido na quarta-feira (12) ou na quinta-feira (13), como parte da série de depoimentos de oito investigados que a Procuradoria-Geral da República (PGR) classifica como o “núcleo crucial” da suposta articulação golpista.

A oitiva será realizada no plenário da Primeira Turma do STF, que passará por adaptações para receber os réus, advogados, ministros e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. O interrogatório será público e transmitido ao vivo.

Bolsonaro será o sexto a depor, após o início dos depoimentos marcado para esta segunda-feira (10), com o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada. Também prestarão esclarecimentos ex-integrantes do governo, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno.

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