Política
Com cúpula esvaziada, Lula participa de evento sem impacto na Colômbia

Cúpula entre Celac e União Europeia ocorre sob tensão e esvaziamento político
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (9) para Santa Marta, na Colômbia, onde participa de uma reunião entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia. O evento, no entanto, acontece em clima de desmobilização e instabilidade regional.
A cúpula, prevista para terminar na segunda-feira (10), é a primeira desde 2023, realizada em Bruxelas. A ausência de nomes importantes, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o recém-eleito presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, ampliou o cenário de esvaziamento e desinteresse diplomático.
O anfitrião do encontro, o presidente colombiano Gustavo Petro — atual líder temporário da Celac — enfrenta crescente isolamento internacional. Os Estados Unidos revogaram recentemente a certificação da Colômbia como aliada na luta antidrogas e aplicaram sanções ao governo colombiano, o que enfraquece ainda mais sua posição à frente da conferência.
Analistas enxergam nas ausências diplomáticas um movimento estratégico para evitar atritos com o presidente norte-americano Donald Trump. Também destacam falhas na organização do evento por parte da Colômbia, que contribuem para o enfraquecimento da iniciativa.
Lula tenta reposicionar Brasil em meio à crise regional
A participação de Lula é considerada um dos poucos ativos da cúpula. O presidente busca reforçar a imagem do Brasil como interlocutor regional em meio às crescentes tensões políticas e à crise de segurança no continente.
O crime organizado deve dominar a pauta das discussões. Os Estados Unidos pressionam para que o Brasil classifique facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como organizações terroristas. Lula, porém, deve se opor à proposta, insistindo em uma abordagem centrada na “soberania nacional” e na integração regional, alinhada ao discurso ideológico do atual governo.
Recentemente, o presidente brasileiro afirmou que “a cúpula não faz sentido se não discutir a presença de barcos militares americanos no Caribe”, deixando claro seu tom crítico à atuação de Washington na região.
Perspectiva de resultados é limitada
Sem expectativa de grandes acordos, diplomatas apontam que o principal avanço possível seria o destravamento das negociações entre a União Europeia e o Mercosul. A previsão é que a conferência termine com uma declaração conjunta nesta segunda-feira, mesmo sob o cenário de baixa representatividade.
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