Política
Haddad nega retaliação às tarifas impostas por Trump

Ministro nega qualquer resposta imediata às tarifas impostas por Trump a produtos brasileiros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou no sábado (19) a existência de qualquer plano para endurecer o controle sobre dividendos como forma de resposta às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A declaração foi divulgada por meio de nota oficial nas redes sociais do Ministério.
“A adoção de medidas mais rigorosas de controle sobre os dividendos não está em consideração”, afirmou Haddad no comunicado.
A negativa veio após uma semana marcada por especulações sobre possíveis retaliações do governo Lula. As discussões surgiram depois do anúncio do tarifaço feito por Donald Trump, que justificou a decisão com motivações políticas.
Trump elogia Bolsonaro e envia carta a Lula criticando julgamento
Na semana anterior, Trump declarou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, afirmando que a medida se dá por razões políticas. Durante entrevista na Casa Branca, o ex-presidente americano fez menção direta a Jair Bolsonaro:
“Conheço o ex-presidente [Bolsonaro]. Ele lutou muito pelo povo brasileiro… o que estão fazendo com ele é terrível”, disse Trump.
Além da fala pública, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando o julgamento de Bolsonaro como uma “vergonha internacional” e denunciando o que chamou de “Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”.
Governo Lula cogitou limitar dividendos de empresas dos EUA
Antes do posicionamento oficial de Haddad, veículos da imprensa noticiaram que o governo Lula estudava medidas alternativas caso não houvesse avanço nas negociações diplomáticas com os EUA. Entre as propostas avaliadas, estava a limitação da remessa de dividendos de empresas americanas atuantes no Brasil.
A ideia era uma forma de pressão caso a tarifa de 50% fosse mantida ou até ampliada. A medida anunciada por Trump está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Resposta oficial ainda é incerta, e governo mantém postura passiva
Apesar da pressão externa, o governo brasileiro tem evitado adotar reações diretas. O presidente Lula afirmou que o Brasil é um país soberano e que não aceitará “tutela de ninguém”. No entanto, até o momento, não houve resposta concreta à medida norte-americana.
Nesta semana, foi enviada nova correspondência à Casa Branca, assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira. O documento exige retorno sobre a manifestação feita em maio, que também segue sem resposta por parte dos Estados Unidos.
Estudo de Lei da Reciprocidade e possível ação na OMC
No campo jurídico, o Palácio do Planalto analisa o uso da recém-regulamentada Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil aplicar sanções similares contra países que adotem medidas unilaterais.
Segundo Lula, o governo pretende recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) antes de tomar qualquer atitude. Caso a diplomacia não surta efeito, o presidente afirmou que o país poderá acionar a reciprocidade já no início de agosto:
“Se não houver solução, nós vamos entrar com a reciprocidade já a partir de 1º de agosto, quando ele [Trump] começa a taxar o Brasil”, declarou Lula em entrevista.
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