Economia
Brasil perde US$ 700 milhões em exportações de carne entre agosto e outubro

Exportações de carne bovina caem 36,4% para os EUA com tarifas, apesar de recordes globais
As exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos recuaram 36,4% entre agosto e outubro de 2025, resultando em perdas estimadas de US$ 700 milhões. O motivo principal foi a imposição de tarifas adicionais pelo governo americano sobre produtos brasileiros, medida que impactou diretamente o setor.
Apesar disso, o Brasil registrou em outubro uma receita total de US$ 1,897 bilhão com exportações de carne bovina — alta de 37,4% em relação ao mesmo mês de 2024. Foram embarcadas 360,28 mil toneladas, 12,8% a mais do que no ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base nas estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O levantamento inclui carnes in natura e industrializadas, além de subprodutos como miudezas comestíveis e sebo bovino. No acumulado de janeiro a outubro de 2025, as exportações do setor alcançaram receita recorde de US$ 14,655 bilhões, crescimento de 36% frente ao mesmo período de 2024. O volume exportado também foi recorde: 3.148 mil toneladas, alta de 18%.
No entanto, o segundo maior mercado comprador da carne brasileira, os Estados Unidos, apresentou forte retração. As exportações de carne bovina in natura para o país caíram 54% em outubro, somando US$ 58 milhões. A carne bovina industrializada registrou queda de 20,3%, com US$ 24,9 milhões em vendas. Já os embarques de sebo e outras gorduras bovinas despencaram 70,4%, atingindo US$ 5,7 milhões.
Mesmo com o impacto negativo recente, no acumulado de 2025 as exportações totais de carne e derivados bovinos para os EUA cresceram 40,4% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando US$ 1,796 bilhão. A alta reflete o forte ritmo observado antes da adoção das tarifas.
Segundo a Abrafrigo, o setor conseguiu compensar as perdas com os Estados Unidos por meio do aumento das vendas para outros mercados estratégicos. O destaque foi a China, que entre janeiro e outubro movimentou US$ 7,060 bilhões com 1.323 mil toneladas exportadas — crescimento de 45,8% em receita e 21,4% em volume.
A União Europeia também apresentou avanço significativo. Somente em outubro, as exportações para o bloco europeu somaram US$ 140 milhões, alta de 112% em comparação ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, a receita foi de US$ 815,9 milhões, avanço de 70,2%. Os preços médios da carne in natura vendida à UE atingiram US$ 8.362 por tonelada, um dos mais altos do mercado global.
Mesmo com o desempenho positivo no cenário internacional, as perdas bilionárias com os Estados Unidos levantam alertas no setor. As tarifas impostas são vistas como barreiras comerciais injustificadas e prejudiciais à competitividade brasileira. Para especialistas, a postura do governo brasileiro tem sido passiva diante de sanções que afetam diretamente uma das principais cadeias produtivas do país.
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