Brasil
Desmatamento no Cerrado atinge níveis recordes
Desmatamento no Cerrado atinge novo recorde
O Cerrado, um dos biomas mais vitais da América do Sul, registrou um recorde alarmante de desmatamento. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 7.015 km² de devastação na última temporada, evidenciando um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Este dado coloca em perspectiva a gravidade da situação e as falhas das políticas de conservação atuais.
O relatório anual do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) mostra que, apesar de uma leve redução nos últimos meses, o desmatamento no Cerrado continua sendo uma preocupação crescente. Em comparação com o período de agosto de 2022 a julho de 2023, quando foram devastados 6.341 km², a situação só se agravou. Desde 2017, quando começaram as séries históricas para este bioma pelo Inpe, os números só cresceram, refletindo uma tendência preocupante.
Especialistas identificam vários fatores que impulsionam o desmatamento no Cerrado, incluindo a expansão da fronteira agrícola para a produção de commodities, como a soja, que frequentemente é acompanhada pela devastação. Destaca-se também a participação de áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR), mostrando que até proprietários registrados contribuem para o problema.
Adicionalmente, a falta de reconhecimento e proteção adequada das terras de povos tradicionais agrava o desmatamento, com apenas 8% do bioma sob proteção efetiva. Esta negligência é agravada pela ausência de um plano de ação específico do governo federal para o Cerrado, em contraste com medidas mais assertivas para a Amazônia. Em 2023, o Cerrado foi responsável por 61% do desmatamento no país, com 1.110.326 hectares devastados, marcando um aumento de 68% em relação a 2022.
Márcio Astrini, do Observatório do Clima, critica o governo federal por falhar no controle do desmatamento, apesar dos esforços eficazes em outros campos. Ele destaca que as autorizações para desmatamento concedidas pelos governadores das regiões do Cerrado, muitas vezes alinhadas a interesses econômicos contrários à conservação ambiental, contribuem significativamente para o problema.
A situação do Cerrado reflete a urgência de revisar e reforçar as políticas de conservação ambiental. É essencial que o governo atual e os governadores das regiões afetadas assumam responsabilidades claras e implementem ações direcionadas para proteger esse bioma crucial, garantindo a preservação da biodiversidade e dos direitos das comunidades tradicionais que dependem dessas terras para sobreviver. A falha em agir pode levar a consequências irreversíveis para o ambiente e para a sociedade.
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