Economia
Dólar dispara após ofensiva do STF contra Bolsonaro

Ação do STF contra Bolsonaro eleva o dólar e provoca reação do mercado
O dólar à vista disparou nesta sexta-feira (18), encerrando o dia cotado a R$ 5,5876, com alta de 0,73%. A valorização da moeda americana ocorreu após medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A reação do mercado foi imediata, refletindo a busca por proteção e a crescente aversão ao risco político no Brasil.
Com mínima de R$ 5,5240 e máxima de R$ 5,5980, o dólar alcançou o maior patamar desde 4 de junho. No acumulado da semana, a moeda teve alta de 0,72%, ampliando os ganhos em julho para 2,82%. No ano, a desvalorização do real frente ao dólar já atinge 9,59%.
A tensão se intensificou após a Polícia Federal, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitar e obter do STF medidas cautelares contra Bolsonaro. As ações incluem tornozeleira eletrônica, restrição de uso das redes sociais e recolhimento domiciliar noturno. Segundo Moraes, a decisão foi motivada por tentativa de obstrução, coação e ataque à soberania nacional.
A instabilidade no cenário político também pesou após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump. Em carta pública, Trump manifestou apoio a Bolsonaro e criticou o que chamou de “tratamento injusto” por parte do sistema brasileiro. Ele também reafirmou críticas ao Brics e ameaçou impor tarifas de 10% a todos os países do bloco.
A possibilidade de sanções dos EUA contra autoridades brasileiras gerou apreensão entre investidores, que reduziram a exposição ao risco brasileiro. O economista Luciano Costa, da corretora Monte Bravo, destacou que o real destoou de outras moedas emergentes, justamente pelo aumento das incertezas políticas no país.
A Polícia Federal aponta que Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro atuaram para influenciar possíveis sanções americanas contra membros do governo Lula. Eduardo intensificou críticas a Moraes, chamando o ministro de “bandido de toga”. A ofensiva política repercutiu mal no mercado, em especial pela proximidade do deputado com Trump.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, também gerou ruído ao manifestar apoio a Bolsonaro. A fala foi interpretada como gesto político com vistas a 2026, acirrando ainda mais a instabilidade institucional.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, sanções pontuais teriam efeito limitado, mas medidas mais amplas por parte dos EUA podem intensificar a pressão sobre o real. Ele avalia que o governo Lula busca capitalizar politicamente o confronto com Trump, o que ficou evidente no pronunciamento em rede nacional feito pelo presidente.
A expectativa agora gira em torno de uma possível negociação até 1º de agosto, pressionada por setores empresariais do Brasil e dos EUA.
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