Justiça
Freire Gomes surpreende com declaração sobre suposto plano de golpe
General Freire Gomes nega ordem de Bolsonaro e detalha transição pacífica no Exército
Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19), o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, negou ter recebido qualquer orientação do então presidente Jair Bolsonaro para movimentar tropas visando impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
“Em nenhum momento”, respondeu Freire Gomes ao ser questionado pelo advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi. A declaração foi dada no âmbito das investigações conduzidas pelo STF.
General detalha transição com novo governo
Indagado sobre o processo de transição de comando da Força, o general relatou que tudo ocorreu de forma pacífica. Segundo ele, houve reuniões formais para tratar da entrega do cargo ao general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que o sucedeu.
“Discutimos quais seriam as datas para a passagem de comando. Por orientação da Presidência da República e do então ministro da Defesa, recebi José Mucio e o general Arruda. Organizamos um almoço e fizemos uma apresentação completa da estrutura do Exército”, explicou Freire Gomes.
General foi arrolado como testemunha em inquérito da PGR
Freire Gomes foi incluído pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como uma das testemunhas no inquérito que apura supostas ações para questionar a legitimidade do processo eleitoral de 2022. Além dele, foram ouvidos:
- Éder Lindsay Magalhães Balbino – engenheiro suspeito de colaborar na elaboração de um dossiê falso sobre as urnas eletrônicas;
- Clebson Ferreira de Paula Vieira – teria feito levantamento em municípios com votações concentradas acima de 75% para Lula ou Bolsonaro;
- Adiel Pereira Alcântara – ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, acusado de dificultar o deslocamento de eleitores no segundo turno.
Moraes confronta general e aponta contradição
Durante a oitiva, o ministro Alexandre de Moraes elevou o tom ao confrontar Freire Gomes por suposta contradição no depoimento. Moraes lembrou que, em declaração anterior à Polícia Federal (PF), o general teria mencionado uma reunião no final de 2022 em que Bolsonaro discutiu um suposto plano de ruptura institucional com apoio do então comandante da Marinha, almirante Garnier Santos.
Diante disso, Moraes advertiu: “Antes de responder, pense bem. A testemunha não pode mentir. Se mentiu na polícia, tem que admitir. Ou falseou a verdade na PF, ou está fazendo isso aqui.”
Na audiência, Freire Gomes negou que tenha visto qualquer “conluio” por parte de Garnier. A fala, no entanto, gerou dúvidas entre os investigadores sobre a coerência entre os relatos apresentados em diferentes momentos do inquérito.
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