Economia
Haddad culpa Campos Neto por alta da taxa Selic
Haddad responsabiliza Campos Neto por Selic em 15%, maior patamar desde 2006
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (25) que a elevação da taxa Selic para 15% já havia sido “contratada” pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em dezembro de 2024. Em entrevista à TV Record, Haddad indicou que a decisão foi tomada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob comando de Campos Neto, o que teria determinado o rumo da política de juros mesmo após sua saída do cargo.
“Essa alta foi contratada na última reunião da qual participou o Roberto Campos, em dezembro. É como se tivesse estabelecido uma contratação futura da taxa”, disse Haddad.
Segundo o ministro, o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo — indicado por Lula e empossado em janeiro — apenas está dando continuidade ao compromisso assumido anteriormente. Haddad advertiu que uma mudança brusca na direção da política monetária poderia abalar a credibilidade do sistema financeiro.
Para Haddad, a taxa de 15% é extremamente restritiva diante de um cenário de inflação em queda e demanda interna enfraquecida. Ele defende o congelamento de gastos e o fortalecimento da responsabilidade fiscal: “Quanto mais poupança fizermos, o Brasil tem chance de entrar num ciclo virtuoso”.
Contudo, a ata da reunião do Copom de 18 de junho apresenta outra visão. Os diretores do BC justificaram a manutenção dos juros em 15% com base na resiliência da atividade econômica, inflação acima da meta e na ausência de uma política fiscal robusta. Segundo o documento, o momento exige uma postura “significativamente contracionista por um período prolongado”.
Matérias da Reuters e da Bloomberg acrescentam que os diretores do BC avaliaram que o ciclo de aperto monetário foi “rápido e firme”, e agora o foco é observar seus impactos antes de qualquer nova decisão sobre a taxa.
A divergência entre o discurso de Haddad e a justificativa técnica do BC revela o clima de tensão na condução da política econômica. Haddad evita atribuir responsabilidade a Galípolo, enquanto o Banco Central reforça que a decisão foi baseada em fatores conjunturais amplos.
Com as eleições de 2026 no horizonte, o governo busca um ajuste fiscal que não prejudique o crescimento, enquanto o mercado cobra sinais de redução dos juros ainda este ano. A postura conservadora do BC contrasta com a pressão do Planalto por mais fôlego econômico, em um cenário de incertezas e cobranças por equilíbrio entre austeridade e crescimento.
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