Justiça
Moro reage e detona decisão de Toffoli que beneficia Youssef

Moro critica decisão de Toffoli que anula processos da Lava Jato
A anulação de todos os processos da Operação Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou reação imediata do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz responsável pela força-tarefa.
Em publicação na rede social X, Moro classificou a decisão como um grave retrocesso ético e jurídico. Segundo ele, a medida representa uma “inversão de valores morais” e favorece diretamente a impunidade no Brasil.
“A anulação dos processos da Lava Jato, desta feita em relação a Alberto Youssef, reflete a inversão de valores morais pela qual o Brasil passa. Reforça a impunidade e abre portas para novos escândalos, como o do roubo dos aposentados e pensionistas do INSS”, escreveu o senador.
Na decisão, Toffoli alegou que houve uma atuação articulada entre Moro, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal para manipular provas e induzir delações premiadas. O ministro apontou que Youssef teria sido instrumentalizado para atingir lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT).
Toffoli destacou ainda a existência de escutas ilegais na cela do doleiro, além de irregularidades atribuídas às autoridades da Lava Jato. Para o ministro, esse cenário inviabiliza qualquer possibilidade de defesa plena e comprometeu a integridade dos processos.
“Não se pode falar em processo criminal propriamente dito, até mesmo porque não há defesa possível no ambiente retratado nestes autos”, afirmou Toffoli.
A decisão também citou diálogos interceptados durante a Operação Spoofing. Segundo a defesa de Youssef, essas conversas demonstrariam a relação imprópria entre juiz e acusação. Em uma das mensagens, procuradores discutem como evitar que a descoberta de escutas ilegais anulasse provas contra o doleiro.
Toffoli reiterou críticas anteriores à Lava Jato, acusando seus operadores de utilizar o sistema judicial para fins políticos. Ele também mencionou o relatório do CNJ sobre a gestão de recursos da operação em Curitiba e decisões anteriores do STF que anularam condenações de figuras como Lula e José Dirceu.
A defesa de Youssef sustentou que Moro agiu com parcialidade desde o início da Lava Jato. Ressaltaram ainda que o ex-juiz já havia se declarado suspeito para julgar o doleiro em outro processo, o caso Banestado. Para os advogados, a decisão de Toffoli reconhece que a colaboração premiada foi obtida sob pressão e com violações reiteradas do devido processo legal.
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