Economia
Nestlé se assusta com inflação descontrolada no governo Lula
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CEO da Nestlé expõe o estrago da inflação na indústria brasileira
A Nestlé Brasil enfrenta um cenário desafiador. A disparada nos preços do cacau e do café tem pressionado severamente os custos de produção e afetado as margens da companhia. “Nunca tínhamos visto uma inflação assim”, afirmou Marcelo Melchior, CEO da Nestlé no Brasil, durante entrevista ao podcast De Frente com o CEO, da Revista Exame.
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Embora a multinacional tenha registrado aumento de dois dígitos na receita em 2024, a queda no volume de vendas preocupa. Com fábricas operando em alta escala, a redução no giro eleva o custo por unidade e compromete a competitividade.
Segundo o IBGE, o café moído acumulou inflação de 80,2% nos 12 meses encerrados em abril de 2025. Já o cacau subiu 78% em pouco mais de um ano, conforme dados do Portal do Agronegócio.
Produção nacional tenta resistir à disparada inflacionária
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Atualmente, cerca de 70% do cacau consumido no Brasil é produzido internamente. O restante vem de países como Costa do Marfim e Gana. A Nestlé afirma investir na tecnificação das lavouras nacionais para ampliar a produtividade. “Queremos alcançar o nível de sofisticação que já temos no café e no leite”, destacou Melchior.
Produtos de baixo tíquete médio, como achocolatados, biscoitos e leite condensado, sustentam o giro diário da Nestlé no varejo. Um erro estratégico nesses itens pode custar mercado em questão de dias. “Temos uma responsabilidade gigante. Não podemos errar com o consumidor”, alertou o CEO.
Terceira maior operação global e foco em eficiência
A operação brasileira da Nestlé é a terceira maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China. Apenas 10% da produção local é exportada, o que reduz o impacto de tarifas internacionais sobre os resultados. Em 2024, a receita global da companhia alcançou quase R$ 600 bilhões.
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Apesar do ambiente inflacionário, a Nestlé mantém o foco na melhoria dos produtos. Reduz açúcar e sódio, adiciona vitaminas e investe em embalagens sustentáveis, tudo sem alterar o sabor. Antes de qualquer lançamento, os produtos passam pelo teste “60-40”: ao menos 60% dos consumidores devem preferi-los, às cegas, frente à concorrência.
Estratégia de crescimento vai além das aquisições
Embora aquisições como Garoto, Pura Vida e Grupo CRM acelerem o crescimento, Melchior reforça que essa não é a estratégia principal. “Aquisição não é estratégia, é acelerador”, afirma.
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Em 2024, a Nestlé global cresceu apenas 0,8% em volume. Esse avanço foi puxado por aumentos de preços, mas com margens mais apertadas. Mesmo assim, a Nestlé Brasil projeta novo crescimento de dois dígitos em 2025, mesmo diante da inflação crescente.
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