Filho de Lewandowski advoga para empresa ligada ao PCC, alvo da Polícia Federal, segundo metrópoles

Enrique Lewandowski representou no TRF-1 empresa investigada por fraude bilionária ligada ao PCC

Enrique de Abreu Lewandowski, filho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, consta como advogado da empresa Terra Nova Trading — investigada por envolvimento em um esquema bilionário de fraudes ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Federal (PF) e Receita Federal revelou conexões entre a facção criminosa, empresas do setor de combustíveis e instituições financeiras. As informações vieram à tona na Operação Carbono Oculto.

Segundo documentos judiciais, Enrique Lewandowski representou a Terra Nova Trading em ações que tramitam no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em processos tributários. Ele também aparece como advogado ativo em ações no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), com movimentações registradas até 2021.

As apurações indicam que a empresa teria sido utilizada para inflar valores em operações internas, gerar créditos tributários fictícios e lavar dinheiro de origem criminosa. A PF aponta que a empresa foi instrumentalizada por Mohamad Hussein Mourad, acusado de liderar o esquema bilionário. Mourad teria importado nafta com alíquota de 1%, bem abaixo da taxa de 25% cobrada em São Paulo, reduzindo ilegalmente o custo da produção de combustíveis.

Mesmo sem atuação em processos penais, a presença do nome de Enrique em ações envolvendo a empresa investigada levanta questionamentos, dada sua relação direta com o ministro responsável pela pasta da Justiça.

Nota da defesa

A assessoria de Enrique Lewandowski afirmou que ele não atua nos casos criminais relacionados à Terra Nova Trading. Em nota, declarou:

“O advogado Enrique Lewandowski não atua no caso citado pela reportagem. Ele atua nas áreas cível e tributária para a Terra Nova Trading desde 2018. Enrique não advoga em temas criminais e não conhece processos nos quais não está constituído como representante legal. Ele repudia qualquer tentativa de criminalização da atividade advocatícia, reafirmando o compromisso com a legalidade e a ética profissional.”

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