Justiça
Ministro Dias Toffoli anula processos da Lava Jato e livra doleiro Youssef
Toffoli anula todos os atos da Lava Jato contra Alberto Youssef
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os atos da Operação Lava Jato envolvendo o doleiro Alberto Youssef. A decisão, proferida nesta terça-feira (15), atinge diretamente uma das delações mais impactantes da operação e desmonta diversos desdobramentos baseados nos depoimentos do doleiro.
Youssef havia sido condenado a mais de 120 anos de prisão por crimes confessados em delação premiada. Suas revelações ajudaram a expor um esquema de corrupção bilionário na Petrobras durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Confissões que abalaram Brasília
Nos depoimentos, Youssef admitiu operar lavagem de dinheiro para empreiteiras envolvidas com a Petrobras, distribuindo propinas a políticos de partidos como PT, PP e PMDB. Entre as práticas mencionadas, destacou-se o serviço de entrega direta de dinheiro vivo, conhecido como money delivery.
O doleiro afirmou que Lula e Dilma tinham conhecimento das irregularidades, e que disputas por propinas ocorriam dentro do Palácio do Planalto. Suas declarações foram usadas como base para diversas condenações e investigações da Lava Jato.
Fundamentação de Toffoli
Na decisão, Toffoli declarou a nulidade de todos os atos praticados contra Youssef no âmbito da Lava Jato, inclusive os conduzidos pelo ex-juiz Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo ele, houve “quadro de conluio processual entre acusação e magistrado em detrimento de direitos fundamentais do requerente”.
Com isso, todas as condenações, medidas restritivas e sanções econômicas impostas ao doleiro foram anuladas. A defesa afirmou que a decisão encerra todas as pendências judiciais contra Youssef e permite a reavaliação de seu patrimônio perdido. O caso também pode beneficiar outros nomes, como o ex-presidente Fernando Collor.
Decisões que minam a Lava Jato
Nos últimos meses, Toffoli tem anulado acordos de leniência firmados com empresas como Odebrecht e J&F, que admitiram participação no esquema e colaboraram com as investigações. Os acordos, agora considerados nulos, envolviam valores que ultrapassam R$ 15 bilhões.
Segundo o ministro, os pactos foram assinados sob coação e com vícios processuais, contaminando as provas e delações neles baseadas. A decisão tem efeito imediato: empresas e executivos ficam livres de sanções bilionárias e suas colaborações perdem valor jurídico.
O que foi a Operação Lava Jato
Deflagrada em 2014, a Lava Jato revelou um dos maiores esquemas de corrupção da história do Brasil. Iniciada para investigar doleiros, a operação descobriu desvios bilionários na Petrobras, com participação de grandes empreiteiras e políticos de alto escalão.
As apurações resultaram em centenas de denúncias, delações premiadas e prisões, incluindo a do ex-presidente Lula, em 2018. A partir de 2021, decisões do STF passaram a anular sentenças sob argumentos de violação ao devido processo legal e incompetência da Justiça de Curitiba.
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