Estadão acusa Governo Lula de encobrir mortes de Yanomamis
Em fevereiro de 2023, uma reportagem exclusiva do jornal Oeste indicou que, no primeiro ano do governo Lula, houve pelo menos 345 mortes de Yanomamis devido a doenças e desnutrição, um aumento em relação aos 343 óbitos registrados em 2022, último ano da administração de Jair Bolsonaro. A Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, através de um detalhado relatório de 123 páginas, admitiu falhas críticas que contribuíram para essa trágica situação.
Após seis meses sem atualizações ou novos dados, o jornal O Estado de S. Paulo destacou que o governo atual parece ocultar deliberadamente informações pertinentes sobre as condições de vida dos povos Yanomamis. O jornal acusa o governo de manter um “apagão de dados”, o que efetivamente impede que a sociedade brasileira compreenda e acompanhe a realidade enfrentada por esses povos indígenas.
O editorial do Estadão, publicado nesta sexta-feira, enfatiza que, apesar das promessas de uma força-tarefa destinada a aliviar os problemas enfrentados pelos Yanomamis, o governo Lula não conseguiu alterar significativamente a precária situação. A falta de melhoria é corroborada pela ausência de divulgação de quaisquer dados para o ano de 2024, sugerindo que as condições podem ter permanecido as mesmas ou até piorado.
O Ministério da Saúde, confrontado através da Lei de Acesso à Informação pelo Estadão, não forneceu os dados solicitados, indicando apenas que seriam divulgados “em breve”. O editorial critica essa falta de transparência, lembrando que em uma democracia, a divulgação de informações não é uma escolha administrativa, mas um direito do cidadão.
O Estado de S. Paulo argumenta que o governo tem a obrigação de fornecer, urgentemente, dados concretos que comprovem qualquer melhoria na vida dos Yanomamis e de todos os povos indígenas, em contraste com as imagens impactantes de crianças esquálidas que circularam globalmente, causando ampla comoção.
Este relato não apenas questiona a eficácia das medidas adotadas pelo governo Lula, mas também levanta preocupações sobre a continuidade dos problemas enfrentados pelos povos indígenas, especialmente os Yanomamis, sob sua gestão.
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