Ex-tesoureiro do PT vira réu por corrupção na Lava Jato

A Justiça segue na trilha das denúncias da Lava Jato. Dessa vez, a juíza Rejane Zenir JungBluth Suxberger, da 1ª Zona Eleitoral de Brasília, colocou no banco dos réus figuras icônicas do esquema. Entre eles, destacam-se o empresário e delator Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, e o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque. Ao todo, 39 investigados foram denunciados por crimes como corrupção, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com foco na construção da nova sede da Petrobras, a “Torre de Pituba”, em Salvador.

O caso, inicialmente conduzido pela 13ª Vara Federal de Curitiba, foi transferido para a Justiça Eleitoral de Brasília após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu sua competência para julgar ações ligadas a crimes eleitorais. Apesar da anulação das provas do acordo de leniência da Odebrecht — um golpe frequente em casos envolvendo poderosos —, o processo não foi arquivado. O Ministério Público Federal (MPF), por sua vez, apresentou nova denúncia, afirmando que a acusação se sustentava mesmo com a exclusão de provas.

No último dia 13, a juíza Rejane acatou a denúncia, afirmando que havia indícios suficientes para justificar o andamento do processo. “A justa causa reside na probabilidade do cometimento dos fatos atribuídos aos denunciados”, destacou em sua decisão. Ela apontou ainda que os crimes ocorreram no contexto das obras de ampliação do Conjunto Torre de Pituba, supostamente destinado a abrigar a nova sede da Petrobras.

Segundo a magistrada, o inquérito, sustentado por documentos e depoimentos obtidos em acordos de colaboração e operações investigativas, revelou elementos claros da prática de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro e desvio de recursos. Apesar das anulações estratégicas determinadas pelo STF, o processo avança com base nos indícios remanescentes, mantendo a Lava Jato viva, mesmo que enfraquecida.

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