Bolsonaro se diz constrangido por ausência na posse de Trump
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou incômodo ao afirmar, neste sábado (18), que está constrangido por não poder comparecer à cerimônia de posse de Donald Trump, marcada para a próxima segunda-feira (20), em Washington. Bolsonaro também revelou esperar que o líder norte-americano o apoie em sua tentativa de reverter a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Com toda certeza, se ele [Trump] me convidou, é porque acredita que pode colaborar com a democracia no Brasil, afastando inelegibilidades políticas como essas duas que tive”, declarou Bolsonaro, sem detalhar como Trump poderia intervir na decisão judicial brasileira.
Segundo o ex-presidente, apenas a “presença” de Donald Trump teria o poder de mudar sua situação política no Brasil. “Trump não vai admitir que certas pessoas ao redor do mundo persigam opositores usando o que ele chama de lawfare, algo que ele mesmo enfrentou. Há grande semelhança entre ele e eu”, comparou Bolsonaro.
Ao comentar sobre sua ausência, Bolsonaro demonstrou descontentamento: “Estou chateado, ainda abalado. Enfrento uma enorme perseguição política de uma pessoa que, infelizmente, decide a vida de milhões de brasileiros. Ele é o dono do processo e de tudo”, afirmou, fazendo referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Bolsonaro revelou que não tem preocupação com os crimes apontados pela Polícia Federal em seus indiciamentos. Contudo, o obstáculo para sua viagem é a retenção de seu passaporte, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente solicitou autorização para a viagem, alegando um convite oficial de Trump, mas o pedido foi negado.
Moraes justificou a negativa afirmando haver risco de “tentativa de evasão para se furtar à aplicação da lei penal”. O ministro destacou que Bolsonaro tem defendido publicamente o asilo no exterior para pessoas envolvidas nos atos do 8 de janeiro de 2023.
Enquanto Bolsonaro permanece no Brasil, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) irão representá-lo no evento de posse de Trump. “Lamentavelmente, não poderei comparecer. Eu queria estar ao lado de minha esposa, mas quem vai acompanhá-la é meu filho Eduardo”, afirmou Bolsonaro no Aeroporto de Brasília, onde acompanhou o embarque de Michelle.
Bolsonaro também destacou que discutiu com lideranças do Congresso o andamento do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de janeiro de 2023. Ele reforçou a importância de seguir o “devido processo legal” para que o projeto seja colocado em pauta.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, criticou as ações contra seu marido: “Eles têm um certo medinho do Bolsonaro porque ele é, sim, o maior líder da direita brasileira”, declarou a ex-primeira-dama.
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