PF investiga elo entre PCC e advogado de Adélio Bispo após atentado a Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) investiga uma possível ligação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o pagamento a um dos advogados que defendeu Adélio Bispo de Oliveira, autor da tentativa de assassinato do então candidato à presidência Jair Bolsonaro em 2018. Segundo informações divulgadas, a facção criminosa teria realizado pagamentos ao advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães no montante de R$ 315 mil em 2020, dois anos após o atentado.
A investigação e os indícios da conexão
A investigação da PF se baseia principalmente em dados obtidos junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e em mensagens trocadas entre os advogados envolvidos na defesa de Adélio. O inquérito, conduzido pelo delegado Martin Bottaro, especialista em PCC, foi instaurado em 2022 após autorização judicial para acessar o conteúdo dos celulares dos advogados.
Os principais indícios da conexão entre o PCC e o advogado são:
- Pagamentos fracionados de R$ 315 mil realizados em 2020 por pessoas supostamente ligadas ao PCC a uma empresa em nome de Magalhães. Esses valores viriam de empresas consideradas laranjas e utilizadas pelo “Setor de Ajudas” do PCC, responsável por custear despesas de integrantes da facção;
- Um registro no livro-caixa do advogado Zanone Oliveira Junior, que também fez parte da defesa de Adélio, com um pagamento de R$ 25 mil e a rubrica “caso Adélio”;
- Um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”.
A defesa do advogado
Fernando Magalhães nega qualquer relação com o PCC e afirma que os pagamentos recebidos em 2020 foram feitos por outros clientes e não têm conexão com a facção criminosa. Ele também declarou que nunca teve relação com o PCC e que, caso algum contratante de seus serviços de advogado tenha ligação com o grupo, isso não o vincula à facção.
Em relação à defesa de Adélio, Magalhães informou que o contrato e a negociação de valores foram feitos por Zanone e que teve prejuízo com o caso. Sobre o grupo de advogados nomeado “Adélio PCC”, Magalhães afirmou que foi uma brincadeira de mau gosto de um dos advogados e que repreendeu a atitude imediatamente.
A situação de Adélio Bispo
Até o momento, dois inquéritos concluíram que Adélio agiu sozinho no atentado e a Justiça acatou laudos de insanidade mental, tornando-o inimputável. Ele cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande (MS).
A revelação desses pagamentos e a possível ligação com o PCC adicionam uma nova camada de complexidade ao caso, que segue sendo investigado pela Polícia. Com informações da Revista Oeste e da Folha de São Paulo
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